segunda-feira, 14 de julho de 2014

Poema para elas


Cada um guarda sua dor.
Uns em gavetas.
Outros na alma.
No céu.
No ventre.
São tantos ais.

Guardo as minhas lamentações em alpendres,
deixo as redes embalando, fazendo vento e canções.

Não sei fazer consolo,
não sei cantar,
não sei amar direito.

Mas lá vem de novo o vento,
traz fermento, traz semente,
e de repente, doce verbo é nascente.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Naquele tempo

Naquele tempo eu podia ser feliz
hoje perdi esse direito

perco os dias sendo infeliz
e lamento

e para o mundo tudo é trabalho
martelo
martelo

boa operária

para existir
eu faço versos