segunda-feira, 7 de junho de 2010
um diário desfolhando como uma árvore no outono
a chuva é lembrança
quero amanhecer temporal
e estiar nossas roupas no varal
secando o universo com as águas
na janela os desenhos se formam com o vento
folhas e lamentos
tatuo nos dedos as palavras
umedeço o papel com farsas
ignoro a fome
sempre aos domingos não encontro traduções
nem sabores
fecho a cortina dos versos
espero a segunda-feira
a rotina fermenta a necessidade
de se manter a agenda em dia
e as datas da esperança previamente marcadas
em um diário.
(Juliana Trentini)
Aperitivo poético
Temporal
(...)
o tempo não tem explicação:
corrói e transfigura, expande
ou empobrece, conforme a escolha
de cada um.
(Eu, com medo e susto,
escolho a multiplicação.)
Lya Luft
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