quarta-feira, 22 de junho de 2011

Deixe-me ir

Nem sempre os caminhos certos possuem a trajetória mais linear...a vida sempre gostou de me pôr obstáculos e acho que me acostumei a ver tudo de uma forma mais complexa.

Não há pedra, nem pássaro, nem chuva

Não há medos, nem alegrias

Há uma tristeza de quem gostaria de ficar, talvez, mas que precisa partir para não partir-se.

"Não é por mal, mas vou te fazer chorar" e a mim também

escondo as lágrimas na saia de chita e na cantiga peculiarmente nordestina " e você não gosta mais de mim, vem dizer que eu não soube dar amor". Soube, mas saber amar é saber deixar alguém te amar e eu não tenho talento para isso.

E minha sina é a de sempre:"ser minha, só minha e não de quem quiser"

Afinal

"Solidão é lava que cobre tudo"

E dançamos juntos nas desilusões, separadamente.

Sigo Cartola e deixo-me ir, só vou voltar quando me encontar!

domingo, 19 de junho de 2011

Insônia e outros causos

Sabe...quando estou muito chateada, com muita raiva, eu sempre penso em um dos meus poemas preferidos.

Citando Mário Quintana:

Se as coisas são inatingíveis... ora!
não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
a mágica presença das estrelas!

E respiro, conto até 10 e penso: "brigada poesia, você é meu calmante". Que nada! que nada mesmo. Não há Mário Quintana que consiga me tirar desse baú de espantos e não existe algo no mundo que me console, eu sou mesmo assim, tenho que sentir a dor latejar até o fim, ainda que eu finja, que procure subterfúgios, ainda que eu corra, encontro-me no labirinto do fauno. E são guerrilhas, fantasias, torturas e medos ilustrando meu caminho.

Acabo bebendo um copo de colera. Escuto a outra voz presente em mim, esta me guia para a terceira margem do rio, aquela que está apenas no plano dos sonhos, irreal, fictícia e sim...inatingível. Eu não encontro a minha hora da estrela, apagou-se, assim como toda felicidade que exige valentia e eu acovardo-me, pois meu corpo é só cansaço e meu coração é um livro de mágoas.