Sabe...quando estou muito chateada, com muita raiva, eu sempre penso em um dos meus poemas preferidos.
Citando Mário Quintana:
Se as coisas são inatingíveis... ora!
não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
a mágica presença das estrelas!
E respiro, conto até 10 e penso: "brigada poesia, você é meu calmante". Que nada! que nada mesmo. Não há Mário Quintana que consiga me tirar desse baú de espantos e não existe algo no mundo que me console, eu sou mesmo assim, tenho que sentir a dor latejar até o fim, ainda que eu finja, que procure subterfúgios, ainda que eu corra, encontro-me no labirinto do fauno. E são guerrilhas, fantasias, torturas e medos ilustrando meu caminho.
Acabo bebendo um copo de colera. Escuto a outra voz presente em mim, esta me guia para a terceira margem do rio, aquela que está apenas no plano dos sonhos, irreal, fictícia e sim...inatingível. Eu não encontro a minha hora da estrela, apagou-se, assim como toda felicidade que exige valentia e eu acovardo-me, pois meu corpo é só cansaço e meu coração é um livro de mágoas.
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