quinta-feira, 9 de setembro de 2010
aluna de letras
Esse semestre é o que está mais folgado, mas estou tão intimamente ligada ao meu curso como jamais estive antes. Tudo que eu faço é pensando nos possíveis questionamentos de um pesquisador.
Acho que todo mundo deveria fazer letras, o mundo seria mais feliz ou mais doido.
O fato é que minha vida é uma regra gramatical, estou sempre fazendo uma mão de obra "escrava" e sem hífen ou tendo problemas de infraestrutura em casa. Todo ser humano tem problemas estruturais em conjunto e internos, as vezes a gente quer arrancar o telhado, romper os céus, percorrer quilômetros e fazer de conta que distância não existe, porém sonhar é apenas comer algodão doce, é suave e delicado, no entanto se desmancha rapidamente e na boca só fica uma vontade de querer mais e mais, mas ai você conta as moedas soltas na bolsa e não tem nem sequer um real (todo estudante de letras é liso, pelo menos eu sou), e tem pena de quebrar a porquinha de moedas que está cheia de moedas de um real e de cinquenta centavos, pois ela é tão linda com sua sainha de fitinhas do senhor do bonfim e ainda foi presente do namorado. Você então desiste. E vai desistindo de tantos sabores ao longo do caminho. Mas sempre há um especial que deixa a escrita limpa, a letra bonita, os acentos todos nos lugares certos, a concordância perfeita e argumentação a mais convincente possível. Então não há cofrinho que resista, nem medos e você quebra as adversidades e desfruta do sabor que mais lhe agrada.
Tudo isso é pensamento de aluna de letras, você pode não pensar como eu, ou pode porque todo falante é aluno das letras, todos temos capacidades de entender todas as gramáticas e de poetizar de quando em vez. A vida não é normativa, mas é gramática.
Juliana Trentini
Aperitivo poético:
"A vida com erros de ortografia
tem mais sentido.
Ninguém ama com bons modos."
Carpinejar
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