quarta-feira, 24 de abril de 2013

Águas de março de abril

Achei que nunca mais choveriam
águas de março de abril
novamente em meu coração

deságuam
inquietações por baixo do rio cotidiano
um rio grande
em um nordeste seco

pedras de sal e farelos de milho
cultivo o possível



Roda Viva

Insistem em morrer
letras de Chico
avô, avó
os livros

só o barulho não morre
tv alta
o pai já não sabe ouvir
sete crianças entoam vozes desordenadas
no fim de semana

o mundo é uma bagunça
as palavras desencontradas
nenhum capítulo.
Nenhum capitulo?
nenhum capítulo.

a vida, cobranças
contas
cabeças, sentenças
a vida
roda
roda
e não se agiganta feito a música do Buarque
estreita, entristece
e levanta
e caminha
e fortalece a linha. 


segunda-feira, 1 de abril de 2013

...

calma
leveza
âncora
poucas palavras
silêncio operador de máquinas

caderninho de papel
versos soltos
não comprende,
jamais compreenderá seu universo

areia branca
um ano para pisar
tudo é devagar
laço, cabelo e seio

pedra
pedra
pedra
sem ressaca do oceano
ecoam no vento as almas do cotidiano
águas
parábolas
tempo para o relógio
tempo para as contas
tempo para os filhos

tudo é certo
a Vó dizia: "tudo em seu tempo"
Vinícius dizia: "meu tempo é quando"
E quando?
semente
para adubar
período de seca
seca
sertaneja
no litoral