quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Silêncios

O mundo gosta de nos silenciar
mas há tantos barulhos
tantos barcos sem marés

estou cansada de excessivos remos

as luzes ficam mudas
como os meus olhos
e os olhos dos homens que desembarcam

peço pelo prefixo -des
(des)
Faço
(des)
Ato
(des)
Construo

mas só aporta a desventura
entre doenças crônicas e perdas futuras
uma criança não nasce, outra naufraga 

e assim segue meu coração
tentando resgatar a menina que se perdeu na dança
no palco
nos enfeites

deixo as águas seguirem...

Não quero mar, quero trilhos.

chão
...
chão
...

lá estão os feixes e as moedas para os peixes...que cozinhamos juntos.