quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Água viva
do céu
e das fomes
correm rios e fontes
do chão
água
e nomes
dos olhos
luz e cegos
encontram
mesmo horizonte
(Juliana Trentini)
Aperitivo poético:
" Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritimada.
E um dia sei que estarei mudo:
-mais nada."
Cecília Meireles
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Desconstrução
Hoje a postagem está marcada de uma voz pessoal, o eu está presente na intenção comunicativa ou não intenção, pois a verdade é que nem sempre quando escrevo tenho uma intenção traçada, ou talvez tenha e esta apenas se manifeste de uma maneira velada, sutil e entranhada nos sentimentos ou mesmo nos ressentimentos.
Há duas semanas começaram minhas aulas ( sou estudante de letras) e pela minha tristeza em meu penúltimo semestre não consegui encaixar nenhuma disciplina de literatura, isso me frustrou e não me faz ter tanto ânimo de ir para a faculdade. Estou matricula em uma disciplina (só porque é obrigatória) chamada linguística românica, é bem verdade que não consigo gostar e nem sentir prazer assistindo as aulas, diferentemente do que acontece quando estudo literatura, porém devo admitir que as aulas passaram a ter uma importância nos meus dias, volta e meia me pego prestando atenção na fonética, comparando as formas de locução dos falantes que encontro. E estamos estudando as mudanças que aconteceram ao longo do tempo com as expressões dos falantes das línguas românicas, o que não nos limita apenas a pensar nas mudanças ocorridas em um conceito filológico, no entanto acabamos por observar as transformações diárias e principalmente naquelas que afetam a nós mesmos.
Com isso, fui pensando em toda espécie de minúcia e nas transformações corriqueiras, na construção e desconstrução dos moldes que criamos todos os dias. Para por fim a essa ladainha, minhas “mudanças” em “versos” :
despediu-se das paredes
brancas
vela solitária
mar silencioso e verde
areia não enxergada
pés jamais descalços
encerrou contrato
não estava mais disposta a alugar por temporada
economiza todos os verbos que virão
excedeu os que possuía
agora tudo é fresta do passado
e as paredes exalam um tom juvenil
rosa
rosa
rosa
prateleira de anjos
única paz ilustrada
o mundo de trás lhe devora
a vida não é
rosa
rosa
rosa
(Juliana Trentini)
Aperitivo poético:
Sobre um mar de rosas que arde
Em ondas fulvas, distante,
Erram meus olhos, diamante,
Como as naus dentro da tarde.
Asas no azul, melodias,
E as horas são velas fluidas
Da nau em que, oh! alma, descuidas
das esperanças tardias.
Pedro Kilkerry
Há duas semanas começaram minhas aulas ( sou estudante de letras) e pela minha tristeza em meu penúltimo semestre não consegui encaixar nenhuma disciplina de literatura, isso me frustrou e não me faz ter tanto ânimo de ir para a faculdade. Estou matricula em uma disciplina (só porque é obrigatória) chamada linguística românica, é bem verdade que não consigo gostar e nem sentir prazer assistindo as aulas, diferentemente do que acontece quando estudo literatura, porém devo admitir que as aulas passaram a ter uma importância nos meus dias, volta e meia me pego prestando atenção na fonética, comparando as formas de locução dos falantes que encontro. E estamos estudando as mudanças que aconteceram ao longo do tempo com as expressões dos falantes das línguas românicas, o que não nos limita apenas a pensar nas mudanças ocorridas em um conceito filológico, no entanto acabamos por observar as transformações diárias e principalmente naquelas que afetam a nós mesmos.
Com isso, fui pensando em toda espécie de minúcia e nas transformações corriqueiras, na construção e desconstrução dos moldes que criamos todos os dias. Para por fim a essa ladainha, minhas “mudanças” em “versos” :
despediu-se das paredes
brancas
vela solitária
mar silencioso e verde
areia não enxergada
pés jamais descalços
encerrou contrato
não estava mais disposta a alugar por temporada
economiza todos os verbos que virão
excedeu os que possuía
agora tudo é fresta do passado
e as paredes exalam um tom juvenil
rosa
rosa
rosa
prateleira de anjos
única paz ilustrada
o mundo de trás lhe devora
a vida não é
rosa
rosa
rosa
Aperitivo poético:
“Sobre um mar de rosas que arde”
Sobre um mar de rosas que arde
Em ondas fulvas, distante,
Erram meus olhos, diamante,
Como as naus dentro da tarde.
Asas no azul, melodias,
E as horas são velas fluidas
Da nau em que, oh! alma, descuidas
das esperanças tardias.
Pedro Kilkerry
domingo, 1 de agosto de 2010
Abandono
As palavras me abandoram
o desgosto esqueceu de me desgostar
e fico entre o almoço e o jantar
fazendo rimas baratas
como se fossem
letra de música para ser tocada na próxima estação.
A verdade é que estacionei
não há vagas nem passagem para ser vendida
pego a viela escura
debaixo da meia luz de um único poste.
Os sonhos meus únicos vizinhos
e o medo vem comigo de mãos dadas
sussurrando declarações sem fim
deixando bilhetinhos em cada vão escuro da calçada
Então eu corro demais, corro demais...
só pra lhe ver meu bem, mas você não está.
Abro a porta da casa ligeiro como quem rouba, não há perigo,
a única sombra é a minha, até o medo me deixou sozinha
Juliana Trentini
Aperitivo:
Quem chega ao seu extremo
não disfarça.
Desvio os olhos,
nunca a respiração.
A queda é uma árvore que volta.
Carpinejar
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