domingo, 9 de janeiro de 2011

Educação














Peço licença à poesia. Ela está escassa. Foi valsar em um sol falso, em retinas que não compreendem o que é educação, o que é literatura, o que é o amor. Aliás, pedir licença parece coisa do passado, ser gentil e educado...não vejo mais isso nos humanos, até vejo aqui e acolá, um caso perdido, realmente um perdido para os tempos modernos. A educação hoje vem em uma camada fina e superficial.
Esse blog estava sendo mais destinado à poesia e a ensaios literários, porém tenho visto filmes e lido livros que me fazem querer compartilhar com os leitores do Aperitivo. Por isso usando a boa educação que me foi ensinada, pedi que a poesia se guardasse por uns tempos. A curiosidade do dia, ou melhor, o interesse é pelo e sobre o filme "Educação" de Lone Scherfig. Filme que nada tem de aperitivo. É um prato cheio! Desses que nem se faz necessário o complemento da sobremesa.

A filmagem do filme é simples, nos faz permear em uma situação muito próxima do real, as vivências familiares são extremamente verossímeis e nos remetem a situações vividas por nossos familiares há algumas décadas. Passei o filme inteiro vendo a minha avó em sua adolescência com algumas grandes diferenças, é claro. Jenny é uma adolescente de 16 anos, a melhor aluna da classe com grandes chances de estudar em Oxford. Além de dedicada aos estudos, a personagem estuda violoncelo e muito entende sobre música e arte. Um dia, em meio a sua rotina comum, conhece um homem mais velho “Danny” que irá mudar o curso da vida esforçada, estudiosa, dura e entediante da garota. Ele a seduz com idas à concertos, leilões de arte e a diversão que as festas noturnas proporcionam, porém Jenny apesar de ser um pouco ingênua é muito inteligente e esperta, acaba descobrindo as atitudes desonestas de Danny, o que naquela época poderia acabar com a vida de uma jovem.

O filme educação mostra a dificil tarefa do processo de formação do individuo em relação a suas escolhas profissionais e diante da vida, também mostra como nos deixamos seduzir por oportunidades fáceis e por sensações e como as pessoas vestem máscaras com facilidade. A principal questão está na reflexão a respeito dos nossos atos diante do fracasso. Do que fazemos com as nossas desilusões. E então, qual é o caminho? Procurar vencer diante de uma barreira aparentemente intransponível? Ou deixar se afundar nas desilusões nas quais somos arremessados sem direito a nenhum escudo?

No momento presente, acho que o caminho é assistir ao filme. Além de muito bom, tem uma trilha sonora deliciosa (a cereja do bolo).

“Mais educação, por favor!”


(Juliana Trentini)



3 comentários:

  1. Numa pelavra o resumo: Educação. Palavra tão simples, de quatro atos, que ecoa complexos sentimentos e atitudes. Educação não para ser complemento, mas para ser a razão predicativa de nosso ser.

    bjuz amiga e força na perura, que vai!rsrs

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  2. Bom dia!
    sempre leio seu blog,gosto bastante dele...
    E hoje dando uma olhada geral vi um texto seu sobre perdas achei,achei muito lindo e verdadeiro.
    "Por saber perder é que observo a respiração, conto até dez e começo de novo; por vezes reclamo, falo alto, berro! "
    Acho que essas reações são provocadas pelos nossos anticorpos do coração,quando realmente é uma perda...
    "Mas perder e ganhar faz parte do nosso processo de humanização"Lya Luft
    ;*

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  3. E quem lhe indicou?
    :D
    Eu!!
    De filme, eu entendo.
    Lindo texto!

    =*

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