quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Procurando poesia
em um romance
o fluxo da consciência
tange
outros gêneros
outros meios
ao meio
busco inteirar-me
na eternidade
sou
serei
sempre
metade

terça-feira, 10 de setembro de 2013

ilusão

desilusão
catei saudades por tanto tempo
procurei palavras, pistas, meios e reservas
volúvel
um amor a cada primavera

rotina
"se meu mundo caiu eu que aprenda a levitar"
e assim uma mão estendida me faz suportar os espinhos
e vivemos abismos, luares e marés com aparador de chuvas

a vida
esse chororô eterno
eu quero o riso do homem moderno
o deboche
a saparia satirizando o passado
eu, rio
meu ontem atormentado

palavras, palavras, palavras
o mundo platônico lhe consumiu
o presente jamais será satisfatório
a realidade nunca é

afasta de mim a fantasia
cálice
entornando versos mortos
enterrando-os
em bocas
caladas
já não dizem
já não dizem mais nada



sexta-feira, 6 de setembro de 2013




Eu quero uma casa no campo
para escrever
ouvir canções com cheiro de manhã
sem o vizinho desafinado cantando ao som de um jazz esquisito
Não quero nem grafites. Nem palpites.
só os dias de minha vida, só.

Flores de raíz
chão, terra, perfume de chuva
todos os dias
eu quero uma casa no campo
e me urbanizo cada vez mais. Asfaltos, carros e eu corro atropelando o mundo e me deixando para trás.

os pés mergulham
o mar é denso
e melancólico

a vida é o amanhã
confusões mentais
o idiota - me converto
e adormeço

nenhuma linha vertida
nenhum verso derramado
só as cortinas de renda esvoaçam o tempo

uma cozinha sem jantar
uma mesa cheia de livros
estante sobrando espaço
para um enredo qualquer

desenredo, um sol.
azul para tecer
a moça que se fiou
e desfia.