desilusão
catei saudades por tanto tempo
procurei palavras, pistas, meios e reservas
volúvel
um amor a cada primavera
rotina
"se meu mundo caiu eu que aprenda a levitar"
e assim uma mão estendida me faz suportar os espinhos
e vivemos abismos, luares e marés com aparador de chuvas
a vida
esse chororô eterno
eu quero o riso do homem moderno
o deboche
a saparia satirizando o passado
eu, rio
meu ontem atormentado
palavras, palavras, palavras
o mundo platônico lhe consumiu
o presente jamais será satisfatório
a realidade nunca é
afasta de mim a fantasia
cálice
entornando versos mortos
enterrando-os
em bocas
caladas
já não dizem
já não dizem mais nada
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