A vida deveria ser menos dolorida
e o verso é só
porque não há nada para acrescentar nesse mundo de corridas
só se corre
e assim se morre cada vez mais.
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
terça-feira, 19 de novembro de 2013
Poema para Bandeira
Campanha, Teresópolis, Quixeramobim, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Ceará
Onde?
Onde encontrar melhor ar?
Onde encontrar melhor teto?
a cobertura
arquiteto
feita de palavras
um chão de mágoas
desfeitas com café e alfenim
e há a cruz
tem Jesus
e santos compondo fé
até quando a indesejada chegar
por oitenta primaveras e mais
pôde plantar estrelas noturnas e diurnas
em tantos quintais
carnavais com terças-feiras gordas
mas vem a cinza de toda quarta
e leva as bandeiras hasteadas
para secarem em outros varais
e no chão
arquiteto
a vida jaz
Onde?
Onde encontrar melhor ar?
Onde encontrar melhor teto?
a cobertura
arquiteto
feita de palavras
um chão de mágoas
desfeitas com café e alfenim
e há a cruz
tem Jesus
e santos compondo fé
até quando a indesejada chegar
por oitenta primaveras e mais
pôde plantar estrelas noturnas e diurnas
em tantos quintais
carnavais com terças-feiras gordas
mas vem a cinza de toda quarta
e leva as bandeiras hasteadas
para secarem em outros varais
e no chão
arquiteto
a vida jaz
sábado, 16 de novembro de 2013
Poema para minha mãe
Ela disse:
-Hoje encerro o tempo da poesia.
Mas a poesia é ciclo vicioso
é rio e não para de correr
Ela insiste em fechar as janelas
porém a luz do corredor estará sempre acesa
como as vozes das crianças, as cantigas e brincadeiras sem fim
O tempo das dores chegou mais cedo
Maria,
poderia perguntar pela rosa
você não gosta de rosas
só se estiverem bem plantadas no jardim
o jardim
é quase escasso
mas há um banco de praça com Pau-brasil sombreando
enquanto houver banco, praça, vasos...
haverá semente para fomentar versos
E alguém falará das doenças
você esconderá as suas
e as meninas bagunçam e agitam os ventos
os verbos se confundem
Pretérito perfeito, imperfeito
tanto faz
temos o futuro do presente - dedilhando-
e ele se fia com palavras
mesmo que desfiemos em lamas de várzea
mesmo que a dureza da vida coloque pedras sobre o colorido dos fonemas
não é possível enterrar vida
sepultamos apenas o que morre
e até a morte em nós renasce
-Hoje encerro o tempo da poesia.
Mas a poesia é ciclo vicioso
é rio e não para de correr
Ela insiste em fechar as janelas
porém a luz do corredor estará sempre acesa
como as vozes das crianças, as cantigas e brincadeiras sem fim
O tempo das dores chegou mais cedo
Maria,
poderia perguntar pela rosa
você não gosta de rosas
só se estiverem bem plantadas no jardim
o jardim
é quase escasso
mas há um banco de praça com Pau-brasil sombreando
enquanto houver banco, praça, vasos...
haverá semente para fomentar versos
E alguém falará das doenças
você esconderá as suas
e as meninas bagunçam e agitam os ventos
os verbos se confundem
Pretérito perfeito, imperfeito
tanto faz
temos o futuro do presente - dedilhando-
e ele se fia com palavras
mesmo que desfiemos em lamas de várzea
mesmo que a dureza da vida coloque pedras sobre o colorido dos fonemas
não é possível enterrar vida
sepultamos apenas o que morre
e até a morte em nós renasce
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