quinta-feira, 7 de abril de 2016

Das desistências

A minha maior desistência:
é não desistir...

Os dias correm em passos tão lentos
o tempo esvai
vazão de pensamento

corro as estradas
sempre tão ermas 
correndo de mim mesma
lamento não me encontrar

de todas as desistências
a vida tomou providência
de eu não desistir de tentar

de todas as desistências
a rima que desapego
insiste em me acompanhar

só o par
eu me entrego
desisto de não desistir
prossigo a roda sem freio
conduzo sem condutor
se amor eu já desisti
ele insiste em ficar em mim
e dói um tanto, um bocado
o poema acaba rimado, parecendo um cordel
a alma arteira e sofrida
fica aqui só o fel

dos desapegos
das desistências
insisto em não rimar nada
porque minha alma é levada
e me arranca de mim assim
não pede nem licença
e eu vou desistindo do amor
e eu vou desistindo da dor
e assim continuo a seguir...

Nenhum comentário:

Postar um comentário