terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Danos

Talvez pudéssemos repará-los
Não há cura
Para um mal

Peguei a lavanda
Como água e sal
Estanca

Dobrei as vestes
Uma a uma
Flores silvestres cravadas no quintal

Lágrimas mínimas
Não sangrarei um oceano
Oceania de pássaros
Revoada
Vou

bailarinando os danos
Pendurarei
 os planos no varal
Ventania escreve
as lições em sua pele

Vilã 

Vil

tantos sóis
plantarei
fora da vida

nascente
das saídas

água
é corrente



Juliana Trentini


4 comentários:

  1. Juliana Trentini e suas poesias que encantam. Encantamento. Lê-las, em um segundo plano, dá uma boa ideia de como estabelecer um bom parametro nessa exposicao de sentimentos do personagem. Quando escrevo sempre creio estar "passando do ponto", ou "longe do ponto" onde se quer chegar nessa relação emissor-receptor da mensagem... Bem, o "ponto" muitas vezes não interessa, e sim a riqueza de um texto como esse, a beleza das palavras, independente da sinceridade do personagem (seja esta uma emoção autêntica ou inventada, não interessa, a criação é sua, e não precisa ser sobre você). Sua poesia me faz mais que voar, mas além disso, mover-me do lugar comum com os pés no chão. Parabéns.

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  2. Caramba Isaac. Você sempre me deixa sem palavras...

    Obrigada =)

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  3. Amiga! suas poesias são lindas.
    momento de introspecção
    me sinto mais leve agora, no final do dia!

    bjks

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