O mundo gosta de nos silenciar
mas há tantos barulhos
tantos barcos sem marés
estou cansada de excessivos remos
as luzes ficam mudas
como os meus olhos
e os olhos dos homens que desembarcam
peço pelo prefixo -des
(des)
Faço
(des)
Ato
(des)
Construo
mas só aporta a desventura
entre doenças crônicas e perdas futuras
uma criança não nasce, outra naufraga
e assim segue meu coração
tentando resgatar a menina que se perdeu na dança
no palco
nos enfeites
deixo as águas seguirem...
Não quero mar, quero trilhos.
chão
...
chão
...
lá estão os feixes e as moedas para os peixes...que cozinhamos juntos.
quarta-feira, 9 de setembro de 2015
domingo, 16 de agosto de 2015
Poema e narrativa ou poema narrativo para Giovanna
Nas asperezas dos descaminhos
encontro encantos e delicadezas
nos doces, no jeito discreto e simpático de sorrir,
no mar de ondas calmas.
Há dores por todos os lados,
previsões de desastres,
lamentações infinitas...
descarto todas as pedras
e perdas.
Descarto.
Há areia do tempo pedindo cheiro de lavanda.
Há a chuva implorando lá fora para que agosto passe depressa.
Há um tear esperando o fio e palavras.
Houve um desvio, mas a vida se encarregou de desviar para outro rio...que corre depressa para desaguar em outros mares.
Há sua voz serena chamando em sonho e o seu sol fará morada em um breve espaço.
As corujas fazem duetos em meu quintal, tudo aqui é natureza. Verás quando amanhecer...
A noite agora finda, só os grilos invadem este silêncio, procuro pontos finais para não pensar em suas canções de ninar.
Pego colchetes emprestados, digo adeus aos versos.
Espero o passo,
eu não me apresso e me descalço.
Sento, leio uma história para você.
Espero outras tantas para contar...
Adormecer...
repousar...
A noite agora finda...
encontro encantos e delicadezas
nos doces, no jeito discreto e simpático de sorrir,
no mar de ondas calmas.
Há dores por todos os lados,
previsões de desastres,
lamentações infinitas...
descarto todas as pedras
e perdas.
Descarto.
Há areia do tempo pedindo cheiro de lavanda.
Há a chuva implorando lá fora para que agosto passe depressa.
Há um tear esperando o fio e palavras.
Houve um desvio, mas a vida se encarregou de desviar para outro rio...que corre depressa para desaguar em outros mares.
Há sua voz serena chamando em sonho e o seu sol fará morada em um breve espaço.
As corujas fazem duetos em meu quintal, tudo aqui é natureza. Verás quando amanhecer...
A noite agora finda, só os grilos invadem este silêncio, procuro pontos finais para não pensar em suas canções de ninar.
Pego colchetes emprestados, digo adeus aos versos.
Espero o passo,
eu não me apresso e me descalço.
Sento, leio uma história para você.
Espero outras tantas para contar...
Adormecer...
repousar...
A noite agora finda...
quinta-feira, 9 de abril de 2015
Sem poesia
Ando tão sem poesia
não carrego livros de bolso
nem tenho mais Shakespeare na ponta da língua
nem casamentos festivos para dizer coisas bonitas
Exigência
é o lema da vida
nunca vesti o hábito
pudera
não sei fazer rezas
nunca aprendi
meu hábito é vestir o amor erroneamente
pesado
negro
sem sol
Mas a vida é:
Exigência.
E o café amargo espera
e é preciso colocar as roupas no varal
curar
perfumar
e infinitivos
verbos
versos
que guardo comigo
O amor é meu abrigo.
não carrego livros de bolso
nem tenho mais Shakespeare na ponta da língua
nem casamentos festivos para dizer coisas bonitas
Exigência
é o lema da vida
nunca vesti o hábito
pudera
não sei fazer rezas
nunca aprendi
meu hábito é vestir o amor erroneamente
pesado
negro
sem sol
Mas a vida é:
Exigência.
E o café amargo espera
e é preciso colocar as roupas no varal
curar
perfumar
e infinitivos
verbos
versos
que guardo comigo
O amor é meu abrigo.
terça-feira, 6 de janeiro de 2015
A vila
Um caminhão espera.
organizo caixas e embaralho as ideias.
Na vila,
o verde
o lago
a travessia
e um sol bonito para caminhada
Mas,
na vila
não estará Tuffy, nem Seu Chico...
Nem a matriarca elegante e tristonha...
Nem o patriarca (do outro lado) com a ufologia, a ditadura enraizada, os resmungos e o cheiro ruim de cigarro.
Na vila,
não haverá o banco de praça,
nem o Pau-Brasil,
nem as cantorias do passado.
Na vila,
outras vozes desafinarão
e cria-se uma ilusão
de que o mundo é um mundo de paz.
E aqui jaz o número 8844
o pé de jambo, a goiabeira
as cocadas, o iogurte de pote e o bolo de chocolate de placa.
Na vida,
há que se deixar a vida para trás.
organizo caixas e embaralho as ideias.
Na vila,
o verde
o lago
a travessia
e um sol bonito para caminhada
Mas,
na vila
não estará Tuffy, nem Seu Chico...
Nem a matriarca elegante e tristonha...
Nem o patriarca (do outro lado) com a ufologia, a ditadura enraizada, os resmungos e o cheiro ruim de cigarro.
Na vila,
não haverá o banco de praça,
nem o Pau-Brasil,
nem as cantorias do passado.
Na vila,
outras vozes desafinarão
e cria-se uma ilusão
de que o mundo é um mundo de paz.
E aqui jaz o número 8844
o pé de jambo, a goiabeira
as cocadas, o iogurte de pote e o bolo de chocolate de placa.
Na vida,
há que se deixar a vida para trás.
Caixa
Marisa encontrou os velhos poemas do Rosa.
Havia uma caixa repleta deles,
viraram papel reciclado.
Despediu -se de velas,
pétalas
e sóis.
Marisa parou e pensou:
Quantos oceanos há no mundo?
Sem certeza, decidiu navegar
e percebeu já ter sido
Atlântico, Índico, Antártico e Ártico.
Hoje é Pacífico.
Mas dentro da Marisa, só há espaço para um rio raso,
de pouca correnteza e poucos peixes.
Havia uma caixa repleta deles,
viraram papel reciclado.
Despediu -se de velas,
pétalas
e sóis.
Marisa parou e pensou:
Quantos oceanos há no mundo?
Sem certeza, decidiu navegar
e percebeu já ter sido
Atlântico, Índico, Antártico e Ártico.
Hoje é Pacífico.
Mas dentro da Marisa, só há espaço para um rio raso,
de pouca correnteza e poucos peixes.
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