domingo, 2 de agosto de 2009

Conformismo




A chuva deu adeus à cidade, inaugurou-se um dia cheio de sol e nuvens branquíssimas, devido a sua enfermidade, só pode espiar a claridade pela janela, observando as pessoas que caminhavam, os carros que passavam e os crentes que seguiam com suas bíblias em direção a igreja que tem pertinho de sua casa, no som um CD bucólico tocando e um desejo enorme de comprar uma casa no campo, onde pudesse preencher seus vazios com a natureza que tanto gosta.

A capital sempre o vence, ele não consegue deixar a cidade, emprego, correria, dinamismo. A vida o escolheu para ser assim, não foi ele que escolheu essa vida pra levar... Para, inerte sobre sua cadeira do papai e pensa: - Vou encarar esse teatro de ser feliz e subir no palco do destino- Ele prosseguiu com seu forjado conformismo e com seu falso amor declarado, pois não ama nem a si mesmo, ele jamais entenderá o amor, pois não é digno de senti-lo.

Entregou os pontos e foi envelhecer, sentado na cadeira do papai, olhando o tempo passar pela janela e uma frase corriqueira e desagradável – Mulher, traz uma xícara de café!-.

(Juliana Trentini)

Um comentário:

  1. Lindo texto, Ju.


    "Forjado conformismo e falso amor declarado", vc realmente fala o que pensa.

    Beijos.

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