Dizem:
“o que os olhos não veem o coração não sente”
Mentira.
Eu não te vejo. Essa distância é um abismo abrigado nos tecidos que escondem meu corpo da nudez.
E mesmo que eu seja despida, uma semente do vazio se instalará em algum espaço.
O problema é que seu silêncio é solo fértil em minha pele e a sua ausência mora nos meus olhos.
Aperitivo poético:
Ausência
Olhei os pés apressados
Mochila nas costas
Barba mal feita
E nos fios de cabelo:
Os sonhos
Para cada passo:
Uma distância.
Para cada decisão:
Uma escolha.
O amor abandonado
E o futuro ganhando quilometragem
Para quem fica:
Ausência.
Para quem foi:
Ausência.
(Juliana Trentini)
Ausência
(...)
Eu ficarei só
como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém
porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar,
do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente,
a tua voz ausente,
a tua voz serenizada.
Vinícius de Moraes
Amiga.
ResponderExcluirAusência é um nome bonito
para a presença invisível de alguém em nós.
Os olhos não vêem,
mas o corpo,
o coração,
a alma,
sentem.
E como sentem...
Um final de semana cheio de inspiração.