Vejo tanta beleza na feiura.
Vejo tantas possibilidades nas negativas.
Cansa-me
esse mundo de Narcisos.
Espelhos...
Espelhos...
Espelhos...
É água.
É fundo de rio.
Espero
que a chuva leve...
os olhos, o vidro,
a passagem.
A beleza esgarça
e o vazio consome
o homem que insiste em esvaziar.
Espero que a chuva leve.
E eleve
as almas desgastadas pela imagem.
domingo, 30 de março de 2014
Minha lírica
A lírica do moribundo
Manuel
Ariès
Elias
Rodrigo
Freud
Eles são tantos
e eu fiquei sozinha no mundo.
Tento consertar as janelas que a chuva deteriorou.
Não nasci para a carpintaria.
Não nasci para os prazos.
Há dardos que não lancei...
Mas a vida joga os dados por mim
e compõe uma lírica desengonçada,
desastrada - como sempre fui -
nesse tabuleiro cujo o destino escolheu.
Manuel
Ariès
Elias
Rodrigo
Freud
Eles são tantos
e eu fiquei sozinha no mundo.
Tento consertar as janelas que a chuva deteriorou.
Não nasci para a carpintaria.
Não nasci para os prazos.
Há dardos que não lancei...
Mas a vida joga os dados por mim
e compõe uma lírica desengonçada,
desastrada - como sempre fui -
nesse tabuleiro cujo o destino escolheu.
terça-feira, 18 de março de 2014
Deixa
Deixa o tempo.
Deixa o cais.
Deixa o sonho para trás.
A vida se ajusta.
O corpo se adapta.
A fome?
Renome.
Temporais.
Sóis.
Silêncio?
Nunca mais...
Deixa,
deixa que o mundo se ajeita,
deixa que o verso estreita,
mãos,
deixa.
Vãos.
Deixa...
Deixa o cais.
Deixa o sonho para trás.
A vida se ajusta.
O corpo se adapta.
A fome?
Renome.
Temporais.
Sóis.
Silêncio?
Nunca mais...
Deixa,
deixa que o mundo se ajeita,
deixa que o verso estreita,
mãos,
deixa.
Vãos.
Deixa...
quinta-feira, 13 de março de 2014
Queimo os dedos.
Sempre fui desastrada,
tropeços,
quedas na escada.
Não esqueço da cena,
chego atrasada na sala,
sento, derrubo a mesa e os livros.
- Clarice deveria mudar o título de: ''Desastres de Sofia'' para ''Desastres de Juliana.''
Não discordo.
Recentemente aprendi a não discordar de nada.
Quão felizes são aqueles que ignoram ou os que esquecem.
Mas eu não sei esquecer
e desgosto mais do mundo.
O ponta pé, a rasteira, o corte no telefone.
Hipertiméstica.
Fardo.
Mas dizem que ''Deus nunca nos dá um fardo que não possamos carregar.''
E levo comigo: a lembrança, a tristeza e a cruz.
Sempre fui desastrada,
tropeços,
quedas na escada.
Não esqueço da cena,
chego atrasada na sala,
sento, derrubo a mesa e os livros.
- Clarice deveria mudar o título de: ''Desastres de Sofia'' para ''Desastres de Juliana.''
Não discordo.
Recentemente aprendi a não discordar de nada.
Quão felizes são aqueles que ignoram ou os que esquecem.
Mas eu não sei esquecer
e desgosto mais do mundo.
O ponta pé, a rasteira, o corte no telefone.
Hipertiméstica.
Fardo.
Mas dizem que ''Deus nunca nos dá um fardo que não possamos carregar.''
E levo comigo: a lembrança, a tristeza e a cruz.
Angústia
Às vezes
a vida é tão dura
tão difícil que cristaliza
as chuvas de março chegam
sem cessar um minuto sequer
por momentos penso que minha alma vai embora
seguindo o percurso das águas...
março, abril, maio
anunciam minha tempestade
o grito, o medo, o anseio
não é tempo de sol
é tempo de abismos
sou templo
de vícios
a vida é tão dura
tão difícil que cristaliza
as chuvas de março chegam
sem cessar um minuto sequer
por momentos penso que minha alma vai embora
seguindo o percurso das águas...
março, abril, maio
anunciam minha tempestade
o grito, o medo, o anseio
não é tempo de sol
é tempo de abismos
sou templo
de vícios
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