Tece manhãs
Com arrependimento e exaustão
Os insetos dividem o espaço
Com os perfumes da solidão
De tanta fé cristã
Ela é pagã
Sucumbe em tantos pecados
Amaldiçoa o dia em que nasceu
Como Jó desenganado
Fecha as cortinas do passado
Toma remédio pra dormir
Gira como o ventilador de teto
Torna-se chão sem adubo
Solo infértil.
Juliana Trentini
Aperitivo poético:
Tristeza
A casa está silenciosa e eu triste
Dessas tristezas que não deixam dormir
Mesmo com muito sono.
Um abandono de ideias
Mau jeito nos dedos para tocar nas coisas.
Há uma lua linda no céu de fazer chover
E um choro que não me abandona.
Os filhos dormem:
Luz, amor, carinho.
E tenho a alma em desalinho.
Vigio e cuido da vida
Entre muros e madrugadas.
Tenho em cada janela
Uma passagem inesperada.
Chove finalmente
E o céu continua iluminado.
Meu coração perturbado
Tem vontade de sair.
- Vai, minha alma, passear por aí
sozinha na paisagem marinha
chorar sem mesmo sentir.
Vai, deixando amarrada uma linha
Que não venha a se partir.
Anchella Monte
Querida amiga
ResponderExcluirObrigado por cada palavra dividida em 2009. Pelas visitas e pelas lembranças.
Que neste ano de 2010, você possa ser o melhor presente na vida de alguém, dividindo o encanto da vida na construção do belo, do bem, do melhor do mundo.
Quando eu tava lendo o seu poema, lembrei logo do de Mainha. Muito parecidos e lindos!
ResponderExcluir:)