Essa semana passei a maior parte do tempo me encarando, conversando comigo mesma em pensamento, dialogando com as paredes, com os livros, com as canetas, sempre em companhia das palavras, sempre!
Estava escrevendo um poeminha tão ameno sobre a minha pseudo solidão, quando comecei a ouvir vozes, nossa, fazia tempo que isso não me acontecia.Fiquei meio em choque, chorei, me tremi todinha, fiquei falando com os amigos na net, fiz uma prece e espero que eu consiga dormir, ainda que sozinha.
O poema continuou ameno:
Solidão
Há alguns anos
Eu tinha medo
Do vazio, do silêncio e de ser sozinha
Hoje olho para as cortinas e ouço o vento zunindo devagar
Fazendo um balet em torno delas
Sinto o cheiro das panelas dos vizinhos
Não tenho fome
Mas uma vontade de cozinhar
E logo desisto quando penso na louça pra lavar
Ficar só é isso:
Ouvir o CD de Marisa Monte
E acreditar no amor
Ver da janela o mundo inteiro
E fazer as pazes com ele
Estou tão amena que me desconheço
Onde estão as ranhuras do pensamento?
Onde está aquela vontade louca de gritar
De chorar, rir, ou tudo ao mesmo tempo?
Eu me desconheço e vou me revirando nos lençóis da cama
Eu me desconheço e vou procurando palavras cruas
Eu me desconheço e vou me emoldurando nua
Eu me desconheço e anoiteço
E o sono não chega nunca.
(Juliana Trentini)
Isso é o que acontece com as pessoas sensíveis. Ouvem vozes, quando só não se sentem tão só e as inspirações são constantes.
ResponderExcluirNão queria dizer, mas cuidado para não puxarem seu pé no meio da noite quando você estiver se revirando entre os lençóis buscando o sono perdido senão ele só aparecerá com o raiar do sol. Brincaderinha!! =D
Belo versinho!