terça-feira, 24 de março de 2009
Um poema nasce da chuva
Ontem caiu uma chuvinha e achei que iria dormir tranquilamente, mas ao invés disso tico e teco martelaram a noite inteira.Meus pensamentos pareciam um caldeirão, e de chuva e de conversas pra variar no msn, surgiu um outro poema em conjunto, Maricota me concedeu uma estrofe e organizou o corpo do poema, como em sua estrofe ela cita a insustentável leveza do ser, título do livro de Milan Kundera, resolvemos colocar o título de intertexto.
Intertexto
São olhos de insatisfação
Eles espiam a chuva descer devagar
Até o tempo está ameno
A água cai em conta-gotas
E leio as palavras de devastação
que alastram-se mortas
em um eterno ressonar
Vejo o mundo lá fora dentro de uma gota
E o mundo cai lentamente da janela enferrujada
Caiu a insustentável leveza do ser
Me reponho e me recomponho todos os dias
sou horta morta
cultivada, regada ao luar
sou elevada, fabricada e colhida
e a alma é tolhida de cifras
canso de ser, de me recolher
junto-me a eles pra virar melodia
E assim nos aniquilamos diariamente
temos apenas que juntar os cacos
e tornarmo-nos um quebra cabeças
um xadrez de peças tortas
ou um labirinto sem passagens
Que imagem vês?
Que palavra eis?
Que mundo te abrigas?
Somos nós?ou estou sozinha
para plantar os sonhos?
Quero saber se vou colher verdade
Quero saber se seremos plural
Ou o que petrifica é a singularidade...
(Juliana Trentini e Mariana Rodrigues)
P.S:. Estou chata esses dias, amigos não liguem por favor, não é tpm, é que não durmo há tempos e estou cheia de trabalhos difíceis pra fazer.Talvez isso interfira na poética aqui presente, um tom meio melancólico se apresenta.Mas estou feliz, Silvinha vem quinta-feira e amanhã dedicarei uma postagem para ela.
Adiós
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário