quarta-feira, 8 de abril de 2009

O dia em que Juliana parou

Essa semana eu ando meio distraída, não estou no ritmo do tempo, enquanto os segundos correm... eu me decido por ser: “horas arrastadas de nada”. O olhar está mais ausente, está escasso de sentimentos, estou tão vazia. Sinto falta de palpitações, de frio na barriga, de medo, de coragem e de perguntas sem respostas. Onde foi parar aquela outra voz? Ou a mesma de sempre, aquela gasguita e desafinada... está tão silenciosa. É, acho que hoje foi o dia em que Juliana parou e disse assim: “Socorro, eu não estou sentindo nada!”.



Socorro

Cássia Eller

Composição: Arnaldo Antunes/Alice Ruiz


Socorro, não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar, nem pra rir
Socorro, alguma alma, mesmo que penada
Me entregue suas penas
Já não sinto amor, nem dor, já não sinto nada
Socorro, alguém me dê um coração
Que esse já não bate, nem apanha
Por favor, uma emoção pequena
Qualquer coisa
Qualquer coisa que se sinta
Em tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva
Socorro, alguma rua que me dê sentido
Em qualquer cruzamento, acostamento, encruzilhada
Socorro, eu já não sinto nada, nada







O aperitivo do dia:

Não ser Odin

há quem cuide da humanidade
há quem ofereça um olho
e encontre todas as respostas
viro as costas para serenidade
prefiro o medo e a interrogação
digo não aos sacrifícios

pouco me importam as crenças
como oferenda aos deuses
me ofereço, inteira e pelo avesso

(Juliana Trentini)

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