sexta-feira, 3 de abril de 2009
Quem é mais sentimental que eu?
Em uma conversa casual com um amigo, falávamos de sentimentalismo...acabamos citando um amigo em comum que é uma pessoa extremamente sensível, sente falta de ligações, de presença, não sabe direito ouvir um não.Mas quem é que sabe?Eu sei ouvir com elegância, gostar não gosto, fato!Mas, porém, contudo e todavia, faço como um leão com espinho no pé, não perco a pose.
O meu sentimentalismo se manifesta de várias maneiras, eu gosto de ler poesias e outras histórias para a minha avó, gosto de declamar poemas para minha amiga quando ela está triste e alisar seus cabelos alvinegros, mas vê-la prender o choro não é tão digestivo e, como amiga-mãe, eu choro por ela e como choro!Fico assistindo o seu olhar longe e o travesseiro virar pedra e teia de mágoas. O sentimentalismo de mar, ela cala, é silêncio!O silêncio que aprendi a ler desde cedo, desde os tempos que brincávamos com a pedra da lua, que eu usava camisetinha do Mickey e cabelos curtinhos. Ela carregava um gostoso sorriso e verbalizava uma pergunta. O verbo poder! “Posso sentar ao seu lado?” Pode! E desde então estamos juntas, a mesa não é mais acompanhada de quatro cadeiras pequenininhas, nem estamos nós, eu, ela, Lydio e Rodrigo. Mas não deixamos de nos ver, nem de nos juntarmos em uma mesa com outras tantas cadeiras, com boa comida, bebida e outros tantos amigos que povoaram a infância e povoam ainda os dias atuais. O mar volta e meia engole nossas idéias, e o quarteto não fantástico segue com seus sais e sonhos, vendo Kronos nos devorando sem piedade. Acabou chorare e findar faz parte do trajeto do ser.
O fim é apenas um ciclo. E falando em ciclos, permitam-me sair do sentimentalismo amizade e invadir o sentimentalismo amor. Estamos em “Ciclo de amor perdido” ( título do próximo poema) E eu só peço encarecidamente que não me venha com flores, nem com bichos de pelúcia, nem com frases meiguinhas. Meu sentimentalismo é sensorial, é o arrepio, é o enlace, são os dedos, as vozes silenciosas, o olhar misterioso e denunciante, o chocolate e a música saborosa como um café em dia frio.
O meu aperitivo é vermelho, minha amizade é azul.
Eu descobri a simbologia das cores, estou como Florbela hoje, um tanto violeta!
Aperitivo poético do dia:
Ciclo de amor perdido
vai
assim minúsculo como é
não agrada o diminutivo
coisas pequenas são irrisórias
pessoas pequenas carregam grandes histórias
volta
está perdido
nunca sabe o ponto de partida
nem sabe se vai ou se fica
vai
sua alma está arredia
e essa inquietude incomoda
pega o trem, pega o cavalo
vira pássaro
vai embora
volta
a estrada está vazia
não há sinais
nem carros
nem chão, nem asfalto
fica
abrigo
te
mostro o destino
tudo é pecado, é etéreo
é culpa, é passado
eu passo
e a cortina é cauda de qual cor?
Vermelho e azul
É roxo
Ciclo de amor
perdido
(Juliana Trentini)
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Perdido
ResponderExcluiré como me sinto
frente a tanta virtude
em meio a tanto versos
Fiquei contente em abrir o e-mail e ver que tinha uma mensagem sua. A internet é mesmo uma ferramenta muito interessante e com limites ainda desconhecidos. Eu também não sou muito experiente nesse negócio de blog, daí um certo dia eu eprcebi que minha conta do google me dava direito a um blog daí me deparei com a grande questão: O que ou sobre o que escrever... passei um ano inteiro, até que em Janeiro desse ano eu fiz uma viagem com meu irmão e me incorreu a idéia de contar tudo direitinho, registrar toda a experiência, para que pudesse deixar uma refência para quem nunca saiu do nordeste, por exemplo; para entreter os colegas e para matar o tempo que cada vez me ocorre menos.
Agora me deparo com uma realidade completamente diferente, pelo menos para mim. Estou degustando versos e poesias! Mais um bareira transposta, lembro bem quando na infância e época de colégio o quanto eu reclamava das aulas de Literatura, aquela linguagem rebuscada e incompreensível, um português com suas regras elevadas ao máximo expoente. Acabei criando antipatia ao assunto. Até que um dia, navengando pelas fotos do orkut, uma bela foto tinha um endereço da web associado e este me trouxe até aqui.
A força da internet...
Bom final de semana!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirJu, que texto mais lindo! Fiquei muito comovida! Te amo muito, minha galega que já foi uma menininha que usava camisa do mickey e cabelos bem curtinhos, hoje é um mulherão exalando sentimentalismos e simpatia! Mas sempre minha melhor amiga! beijão
ResponderExcluirJuju, adoro o que você escreve e acho linda a forma "meio doce e meio dura" que você utiliza para transformar os sentimentos em palavras! A cada texto seu que leio, fico mais fã!
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